O Vasa é o único navio de guerra do século XVII existente no mundo. Com 95% do casco original do barco preservado é um tesouro artístico único e uma das maiores atrações turísticas do mundo. Afundou no dia do lançamento ao mar, após percorrer apenas 1 milha náutica (menos de 2 km). Graças às condições especiais das águas do Báltico, foi recuperado mais de 330 anos depois, praticamente intacto! Uma preciosidade que vale a pena conhecer!
O navio encontra-se exposto num museu especialmente edificado para o albergar, em Estocolmo (clicar).
No interior do museu são apresentadas nove exposições relacionadas com o navio, uma loja com ampla gama de artigos e um restaurante de luxo. O filme sobre o Vasa é apresentado em dezesseis línguas.
No interior do museu são apresentadas nove exposições relacionadas com o navio, uma loja com ampla gama de artigos e um restaurante de luxo. O filme sobre o Vasa é apresentado em dezesseis línguas.
1. ENORME PARA O SEU TEMPO: O navio foi
mandado construir por Gustavo Adolfo II, rei da Suécia, e demorou dois anos a
ser terminado. Possuía três mastros e podia suportar dez velas, media 52 metros
da cabeça do mastro à quilha e 69 metros da proa à popa e pesava 1200
toneladas. Depois de terminado tornou-se num mais poderosos até então construído. Sob a supervisão do armador holandês Henrik
Hybertsson, que contou com a ajuda de carpinteiros, marceneiros, escultores,
pintores, vidraceiros, veleiros, ferreiros e muitos outros artesãos. Ao todo
trabalharam no Vasa mais de 400 pessoas.
2. NAUFRÁGIO DO VASA: A 10 de Agosto de 1628, um potente navio de guerra
deixava o porto de Estocolmo. Era o recentemente construído Vasa, cujo nome se
deve à dinastia sueca reinante. À medida que o imponente navio se deslocava
lentamente na direção da entrada do porto, houve uma rajada de vento. O Vasa
inclinou-se, mas voltou a endireitar-se. Uma segunda rajada de vento fez com
que o barco se inclinasse completamente para um dos lados. A água infiltrou-se
através das canhoneiras abertas e o Vasa afundou-se, levando com ele para as profundezas
do mar, pelo menos 50 dos 150 tripulantes. Só passados 333 anos é que o Vasa
voltou a ver a luz do dia.
3. O QUE LEVOU À CONSTRUÇÃO DO VASA?: O Vasa era suposto ser um dos maiores navios da Marinha sueca. Possuía 64 canhões, a maioria de 24 libras (disparavam balas que pesavam 24 libras ou mais de 11 kg). A Suécia possuía cerca de vinte navios de guerra, mas nenhum deles transportava tantos canhões e tão pesados como os do Vasa. Teria provavelmente navegado para a Polónia, que durante anos foi o inimigo número um da Suécia.
4. O QUE CORREU MAL?: No século XVII utilizavam tabelas de dimensões consideradas eficazes, mas os projetos de construção do Vasa foram alterados depois de começarem as obras. O rei pretendia que a bordo fosse instalado um número de canhões superior ao normal e os construtores viram a sua situação complicar-se. O navio foi construído com uma superestrutura superior, com dois conveses fechados para canhões. No fundo do navio foram colocadas inúmeras pedras enormes que serviam como lastro para o manter estável na água. Mas o Vasa estava demasiado desequilibrado e as 120 toneladas de lastro não eram suficientes.
5. VASA A MÁQUINA DO TEMPO: Quando o Vasa se afundou, o tempo parece ter parado. O que foi recuperado em 1961 foi uma peça em bom estado de conservação do século XVII. Cada um dos inúmeros objetos recuperados tem uma história para contar. Entre eles, encontram-se esqueletos dos membros da tripulação, bem como os seus pertences e o equipamento do navio.
No meio da lama e do lodo, no fundo do Vasa, os
autores do achado encontraram as seis velas que não tinham sido desfraldadas
quando o navio naufragou. São as velas mais antigas do mundo a terem sido
recuperadas e, antes do trabalho de conservação, encontravam-se num estado de
fragilidade extrema. As investigações sobre os achados continuam ainda. No
museu, encontram-se em exposição vários objetos exclusivos, dando a conhecer
vivências de outras eras e dos respectivos povos.
6. O AUTOR DO ACHADO: Anders Franzén, um investigador independente, iniciou as buscas do Vasa
no início dos anos cinquenta. O verme xilófago, Teredo navalis, devorador de
cascos de madeira em águas salgadas, não tem hipótese de sobrevivência nas
águas salobras do Mar Báltico. Anders Franzén apercebeu-se da importância desse
fato para os navios afundados no Báltico e em 1956 redescobriu o Vasa.
Na loja encontramos todo tipo de 'souvenir' incluindo enfeites de Natal |
Inicialmente, o Vasa foi salpicado com água,
enquanto os peritos tentavam descobrir um método de conservação apropriado. O
conservante escolhido foi o polietileno glicol (PEG), um produto maleável
solúvel na água que penetra lentamente na madeira, substituindo a água. A
vaporização com PEG continuou durante vários anos.
8. QUAL O ESTADO ATUAL DO VASA? : A conservação e manutenção do Vasa constituem uma tarefa ininterrupta. A
sua conservação depende essencialmente de um clima estável. Enquanto os
destroços estiveram submersos, as cavilhas de ferro desfizeram-se com a
ferrugem, escurecendo as tábuas de carvalho. No final, apenas estava preso por
cavilhas de madeira. Os poluentes existentes na água formaram grandes
quantidades de enxofre, que foi penetrando na madeira. Atualmente, o enxofre reage
com o oxigênio transformando-se em ácido sulfúrico, que é nocivo para a
madeira, mas inofensivo para os visitantes do museu. As investigações para a
conservação a longo prazo do Vasa continuam.
9. AS ESCULTURAS: Juntamente com o Vasa, foram recuperados mais de 14 000 objetos de madeira soltos, incluindo 700 esculturas. Estas foram preservadas individualmente e recolocadas nos lugares de origem, no navio. Os navios de guerra do século XVII não eram simples engenhos de guerra, eram autênticos palácios flutuantes.
No face: https://www.facebook.com/Vasamuseet
Na net: http://www.vasamuseet.se/en/
Vale a pena conhecer este museu 'vivo', perfeitamente conservado, incrível para quem repousou mais de 330 anos no fundo do Mar Báltico (clicar) e que graças a uma conjugação de fatores (salinidade diferenciada, micro organismos ajudando a conservar a madeira, tecnologia desenvolvida para sua recuperação e a determinação de uma equipe) mostra hoje o esplendor da construção naval e ao mesmo tempo a obsessiva ideia de um Rei que exigiu muito mais do que os conhecimentos da época permitiam. Fantástico Vasa! Flávio A. Portalet Jr.