Oligarcas tiraram o tapete a
Ianukovich com receio de sanções da UE
Os homens mais ricos da Ucrânia, nos últimos dois dias, abandonaram o Presidente.
Enquanto
os ministros da União Europeia chegavam à capital ucraniana para negociar
um acordo para por fim à violência (????), 20 jatos privados levantaram voo
do aeroporto de Zhuliani, em Kiev. Os milionários, que são o verdadeiro poder
por trás do trono, enviaram as famílias para lugares seguros, quando Viktor
Ianukovich parecia prestes a perder o braço-de-ferro com a oposição.
Apesar dos apelos para que fossem estes milionários o
alvo das sanções da União Europeia para que algo mudasse de verdade na Ucrânia
(???? na retórica, evidentemente ????), a UE apenas anunciou que impunha sanções contra os políticos
ucranianos que tivessem “as mãos manchadas de sangue”. Os velhos hipócritas, ordinários e mentirosos da UE, como sempre, dando uma de moralistas mas fazendo acordo com o diabo!
A União Europeia não avançou os nomes de quem
poderia ser alvo de sanções. Mas estes milionários que têm controlado a
economia e a polícia ucranianas nestas duas décadas de independência tremeram pois enriqueceram com as privatizações das empresas do Estado, tal
como aconteceu na Rússia, teriam muito a perder, se fossem alvo de sanções econômicas,
ou proibidos de entrar nos países da União Europeia.
Rinat Akhmetov, por exemplo, é o homem mais rico
da Ucrânia – se os dez maiores oligarcas valem 33 bilhões de dólares, ele
sozinho vale 15,3 bilhões. Extração de carvão, geração de eletricidade, minas
de ferro e siderurgias são as suas áreas de interesse, bem como a mídia – um
interesse comum aos oligarcas. Mas é também proprietário do apartamento mais
caro de Londres: em 2011, pagou 136,4 milhões de libras (165 milhões de euros)
por uma penthouse. Também proprietário do clube de futebol Shakhtar Donetsk é da região de
Donetsk, tal como Ianukovich, e tem sido o seu maior suporte financeiro. Também
era membro do Parlamento, até há pouco tempo e continua a influenciar cerca de
50 deputados, diz a BBC.
Curiosamente
– ou talvez não – a edição ucraniana da revista Forbes diz que o grupo de Akhmetov
ficou com 31% de todos os concursos públicos estatais só em Janeiro de 2014. O
seu filho tem resultados ainda melhores, diz a BBC: no mesmo período, obteve
50% dos contratos com o Estado. Qualquer ‘semelhança com empresas de políticos
brasileiros é mera coincidência’...
Akhmetov fez várias declarações criticando a dureza da repressão aos manifestantes e apelando ao diálogo. Outros
oligarcas que fazem parte do Parlamento, ou são conselheiros presidenciais, têm
criticado o Presidente, afastando-se dele. (claro, os RATOS são os primeiros a abandonar o navio). “Os grandes clãs empresariais são o
calcanhar de Aquiles do regime. Os grandes negócios precisam de ter acesso aos
mercados europeus. O aumento da instabilidade só fará desvalorizar o seu
património”, escreveu Orisia Lutsevich em artigo publicado no site da BBC.
Absurdo do dia
O governo interino
da Ucrânia anunciou que necessita de ajuda financeira urgente de 25 bilhões de
euros, enquanto a Rússia mostra "sérias reservas" sobre a
legitimidade das novas autoridades. "A tarefa do
novo governo é de travar a queda do país, estabilizar o câmbio da moeda
nacional, garantir o pagamento a tempo dos salários e pensões, de modo a
recuperar a confiança dos investidores e criar novos postos de trabalho",
afirmou o presidente interino Oleksandr Turchynov, que calculou em 25,5 mil
milhões de euros a ajuda financeira de que o seu país necessita de modo
imediato, indo depois "ter como prioridade regressar ao caminho da
integração europeia".
Poxa, se tudo já foi dito a respeito dos oligarcas bilionários que controlam tudo com suas fortunas incalculáveis, em um país onde a população quase morre por não ter o mínimo (já vi isto em algum lugar...) como é que no dia seguinte a assumir, já estão pedindo 26 bilhões de Euros para "recompor o país"? É muita cara dura e um novo canal para escoar milhões e milhões em ajudas que nunca chegarão ao seu destino. Filme velho travestido de novo cenário, agora na Europa Oriental.
MIL VIVAS ao POVO ucraniano! свободу України!