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sábado, 14 de abril de 2012

100 anos do naufrágio do TITANIC... ainda se comemora e festeja !?

Esta madrugada, de 14 para 15 de Abril, "comemora-se" o centenário do naufrágio mais mediático da história. o do então maior transatlântico do mundo, "Titanic". Tentei compilar diversas notícias que li e vi e continuo com a mesma opinião: quão tosco é o ser humano quando se vira para a comemoração de tragédias como se elas fizessem parte da 'evolução da espécie'. Talvez se daquele episódio sombrio se tivessem tirado elações sobre a ação nefasta da arrogância humana (diz-se que um dos construtores teria exclamado que nem Deus conseguiria afundar a joia da companhia). Na verdade até a UNESCO contribuiu para esta panóplia pois, em 1985, quando foram encontrados os destroços do navio, declarou-os como "Patrimônio Cultural Subaquático". Um dos eventos comemorativos é a viagem do Transatlântico "Balmoral" que partiu do mesmo porto de Southampton dois dias antes da data correta porque, apesar de ser muito mais moderno é mais lento que o malogrado Titanic. Entre os passageiros estão descendentes de sobreviventes e vítimas do naufrágio e peritos na história. A recriação é levada ao extremo com a presença de uma banda que tocará temas que há cem anos se ouviam no Titanic. Uma das histórias mais célebres – e vimo-la no filme de James Cameron, por isso deve ser verdadeira – é a de que a banda não parou de tocar enquanto o navio se afundava. A empresa Miles Morgan Travel, autora da ideia que 'encantou' 1309 pessoas (o mesmo número de passageiros da época) cobrou cerca de 7.130 euros por cada entrada no Balmoral (cerca de 16.400 reais). O que se espera é que não tenham contratado o comandante Francesco Schettino para "animar definitivamente a viagem".
 
= A música, My Heart Will Go On, interpretada por Celine Dion, em uma das cenas do filme, embora tenha vendido mais de 15 milhões de CD's, foi considerada pela revista   Billboard como a pior dos anos '90 
# Cem anos depois do naufrágio do maior e mais luxuoso transatlântico já construído, em sua viagem inaugural, a partir de Southampton (sul da Inglaterra) em direção a Nova York, a história do "Titanic" ainda cativa a imaginação do mundo. A história do navio que afundou na madrugada de 15 de abril de 1912 depois de bater num iceberg, mistura suntuosidade, proeza industrial, desastre, heroísmo e uma boa dose de horror.
Em apenas duas horas e 40 minutos, o moderno navio da White Star Line que deixara poucos dias antes os estaleiros de Belfast desapareceu sob as águas geladas do Atlântico Norte, perto da costa da Terra Nova. Morreram mais de 1.500 das 2.200 pessoas que levava a bordo.

=> "Outros navios afundaram com perdas maiores de vidas, mas as pessoas continuam fascinadas com o Titanic porque era como um microcosmo da sociedade da época. Também foi o fim de uma era. A Primeira Guerra Mundial mudou tudo, dois anos depois". <= Estas frases pareceram ser as mais verossímeis mesmo dentro do grau exagerado das 'comemorações'.

O centenário do naufrágio está também marcado pela estreia mundial da nova versão em 3D do filme de James Cameron "Titanic" (1997 - o segundo filme mais rentável da história do cinema, com 1,3 bilhões de Euros arrecadados-) e de uma minissérie britânica, assim como pela publicação de numerosos livros.

# Várias cidades britânicas tentam capitalizar sua relação com o "Titanic", como Southampton que, em seu novo SeaCity Museum, resgata a história esquecida de seus 549 moradores que morreram no naufrágio, em maioria, os que trabalhavam como empregados.

# Em Belfast, Irlanda, onde funcionavam os estaleiros de origem do "Titanic", os Harland and Wolff, foi inaugurado um prédio de seis andares, com quatro proas em escala real, recriando a história do navio desde sua concepção, durante o `boom` industrial vivido pela capital norte-irlandesa até seu trágico naufrágio.
# Houve a emissão de selos 'comemorativos' no Reino Unido e no Canadá. O Correio Real britânico lançou folha de selos que traz imagens e informações sobre o navio da companhia White Star, desde a construção, em Belfast (Irlanda), à viagem inaugural para Nova York, interrompida pelo naufrágio. No valor de £13.95, a folha inclui dez selos de primeira classe.

# Projetado inicialmente para conter 64 botes salva-vidas, o Titanic levava apenas 16 botes e quatro canoas dobráveis. Acreditava-se que o navio jamais afundaria, e o chefe da companhia White Star, Bruce Ismay, decidiu reduzir o número de botes para ampliar o espaço disponível. Muitos dos botes partiram com metade da capacidade, ampliando a tragédia. Capazes de levar 1.100 passageiros, eles salvaram apenas 705, com prioridade para mulheres e crianças da 1ª classe, onde a passagem custava, em valores atualizados, £ 64 mil (cerca de R$ 185 mil). Apenas 25% das pessoas que viajavam na 3ª classe sobreviveram. Ismay escapou furtivamente, rompendo a lei do mar, que estabelece prioridade para mulheres e crianças no resgate. Vários passageiros, inclusive da 1ª classe, como o bilionário Benjamin Guggenheim, recusaram-se a entrar nos botes salva-vidas até que todas as mulheres e crianças a bordo fossem resgatadas.

Retirado de um blog uma das mais interessantes interpretações (na minha opinião) para todo este fascínio:"A memória não funciona como gostaríamos nem é um arquivo a que acedemos de acordo com a nossa vontade. Só pode ser por isto que nos lembramos dos momentos desagradáveis... somos uma espécie capaz de celebrar um terrível naufrágio que vitimou 1500 pessoas com documentários, filmes em 3D, t-shirts e canecas..."

Um comentário:

  1. Oh my...if I had to say the top 3 things the US won't shut up about and stop reliving they would be: the Titanic, September 11 attacks, and Whitney Houston's death. May God be comforting the victim's families and let's move on and stop trying to be depressed.

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